Entrevista com o Projeto Verdejando

Geral
Guaíra, 20 de agosto de 2017 - 10h10

Para este domingo (20), nossos entrevistados são os responsáveis pelo “Projeto Verdejando”. Sandra Omoto, Roberto Oliverio e Helena Carvalho falam sobre a responsabilidade do verde e conclamam os guairenses a participarem ativamente deste projeto, que passa pela educação das crianças até a responsabilidade na preservação do verde.

Como surgiu o projeto “Verdejando”?

Sandra: Dia 21 de setembro de 2015, dia da árvore, estava em casa, um pouco aborrecida, porque não conseguia estacionar embaixo das duas árvores que têm em frente a minha casa. Foi um ano de seca muito forte! Tudo muito seco! Então, chamei duas amigas: a Sandra Alves dos Santos e Claudineia Freitas e propus: “vamos plantar árvores?”

As duas concordaram e começamos a articular, criamos uma página no Facebook e a Néia começou a convocar as pessoas conhecidas para uma reunião. Nesta reuniãozinha conheci o Alaor (ex-secretário do meio-ambiente),a Alessandra Alves, que trabalhava no Parque Maracá, o André Zanga e Lidia Faleiros.

Renato: a Selma Mello me apresentou a este grupo. Eu já havia feito uma doação de orquídeas para o pessoal do Parque Maracá. Existem muitas pessoas que acabam jogando o bulbo das orquídeas fora. Elas pensam que assim que acaba a flor, acaba a planta. Não é bem assim. Ainda nesta semana, a Senhora Naná Minoda ofereceu vários bulbos para serem recuperados.

Helena: Eu não entendo nada de árvores, nada de orquídeas. Mas entendo de divulgar e fotografar. Plantei apenas uma árvore, uma palmeira imperial, junto com minha neta Julia, que está no bairro Palmares.

 

Como que se elege uma local que merece um plantio de árvores?

Sandra: Essa área no Palmares foi uma indicação do André Zanga. Verificamos que o local era adequado, o prefeito deu o aval e ganhamos as mudas da Usina Colorado. Como a ex-primeira dama fazia parte desta primeira investida no plantio, tínhamos o suporte da prefeitura no sentido de funcionários abrirem as covas na terra.

Helena: Foi escolhido o Palmares porque a Câmara tinha a intenção de construirum novo prédio naquele local. Mas, foi feito um levantamento e concluiu-se que aquela área tem que ser protegida porque ajuda na manutenção da lagoa. Se fosse aterrada, prejudicaria as três nascentes que existem bem próximo ao lago. Então, uma forma de preservar e manter o meio-ambiente é plantando árvores. Aí, a natureza se encarrega de fazer o seu papel.  A importância desta “Floresta de bolso” não é só estética, existe um projeto e não se pode haver pavimentação por ali.  Chegamos a ir no Palmares várias vezes para regá-las, mais como forma de incentivar a população.

Sandra: Quando as árvores estiverem adultas, ficará muito bonito. A intenção é deixar essa área toda permeável para absorver a água da chuva. Há um projeto, que eu esbocei e o pessoal da prefeitura digitalizou. Haverá caminhos de terra, com parquinhos para as crianças, local para brincar, mas tudo bem rústico. Aliás, a proposta do “Verdejando” não é só plantar árvores, é mostrar para as pessoas que cada um tem a sua responsabilidade dentro da sociedade em que se vive. Cada cidadão pode e deve fazer a sua parte. Inclusive damos suporte para aqueles que quiserem começar a plantar.

Renato:Depois de plantados os bulbos nos coqueiros, não há necessidade de regar. A natureza se encarrega de fazer a parte dela. E as orquídeas plantadas pelo “Verdejando” são colocadas bem altas. Foram colocadas na Praça São Sebastião, em frente a prefeitura, na rotatória perto do Posto Zaneti,tudo bem altode forma que os vândalos não as danifiquem, nem as roubem.

 

Qual a preferência na escolha das mudinhas de árvores? Por que não árvores frutíferas?

Sandra: Na verdade, a nossa preferência são por árvores nativas da nossa região. Não se pode plantar qualquer árvore frutífera, por exemplo, nas vias públicas, porque dependendo da fruta, ela cai, a pessoa pode pisar e escorregar. Não se deve plantar mangueiras em frente das casas. Há legislação que orientam sobre isso.

Helena: Existe – entre aspas – uma certa legislação. Não se pode plantar em qualquer lugar, nem qualquer árvore. Existem árvores   cujas raízes procuram até os encalmamentos de água e esgoto. Danificam as calçadas e muros.

 

Vocês encontraram algum tipo de resistência com este projeto?

Sandra: Na verdade apenas alguns comentários, quando a gente estava plantando, as pessoas passavam de carro e falavam que estávamos fazendo o trabalho da prefeitura. Na verdade não era trabalho da prefeitura. Era uma atitude para mim mesma, para os sobrinhos, para a população… Hoje eu tenho, mas e as gerações futuras?

 

O projeto continua?

Helena:  Continua! Demos uma paradinha por causa da seca. Mas as árvores plantadas próximas à UPA, por exemplo, são todas Ipês, estão ficando lindas. A comunidade se envolveu e vai jogar água. Há pessoas que vão lá, com um baldinho, aguar as plantinhas.

 

Renato, como surgiu esta paixão pelas orquídeas?

Renato:  Sempre gostei de orquídeas. Em 1997 ou 98, comecei me interessar por violetas. Não tinha nada a ver com orquídeas. Mas, elas não se desenvolveram muito bem nas minhas mãos. Então, por sugestão da minha mãe, resolvi me voltar para as orquídeas. Comprei a primeira e aí me apaixonei. Morei no Japão por 11 anos. Comecei, devido ao frio, a cultivá-las dentro de casa. Como faço parte da comunidade dos orquidófolos, aprendi com eles a manter o que tem, preservar, manter as plantas nativas para melhoramento genético, fazer a contagem de polarização… Enfim, são coisas que ninguém vê.

 

Quais os  planos para o futuro?

Renato: Estamos empenhados em reativar o orquidário Municipal. Antigamente nas margens do Rio Pardo, do rio Sapucaí, haviam orquídeas nativas. Hoje não se encontra mais nada. O legal seria colocar ali flores diferentes das que encontramos e que são comercializadas. Seria ótimo se começássemos com as plantas nativas. Às vezes as pessoas encontram estas plantas na natureza e as retiram dali. Mas, elas não poderiam ser retiradas porque o ciclo de germinação delas é de 6 a 7 anos.

Sandra: Fomos convidados pelo Secretário da Agricultura – Rafael Graner Lelis – para reativar o orquidário. O Evaristo já disponibilizou a limpeza, até ganhamos um sombrite e vamos colocar “mãos à obra”.

 

E o cuidado com as podas?

Sandra: Quando as mudinhas de Jacarandás, que ganhamos da Usina Colorado, estiverem adultas, as avenidas vão ficar maravilhosas e então todo este trabalho deste projeto vai ficar mais visível.

Helena: Com relação às podas, temos tido muito cuidado.No entanto, a CPFL não dispõe de muito discernimento para este corte. Não se pode cortar as árvores de qualquer maneira. A saúde delas depende desta poda. Ganhamos, inclusive, cerca de 800 mudas da CPFL, mas estamos vigilantes quanto a esta poda sem critério.

 

Referências

Para as pessoas que quiserem doar bulbos de orquídeas, mudas de plantas ou mesmo fazer parte do Projeto Verdejante, o contato é: verdejando.guaira@hotmail.com ou com Renato Olivério ou Orquidário Imperador. São referências: Sandra Massako Omoto, Maria Helena Carvalho Mandu, Roberto Antônio Olivério, André de Oliveira Zanga, Selma Mello, Alaor Pinheiro, Alessandra,  Edivaldo Faria, Raissa Oliveira Teles, Zé Emido,  Néia Freitas, Lídia e Inês Guedes.


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