Greve dos Correios continua sem acordo nas negociações

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Guaíra, 5 de maio de 2017 - 09h56

Paralisação envolve carteiros, atendentes, administrativos, técnicos e trabalhadores de nível superior.

A greve dos Correios entrou em seu 9º dia nesta sexta-feira (5) com o impasse nas negociações entre a estatal e os representantes sindicais dos trabalhadores. Estava prevista para ontem uma reunião entre a direção da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e o presidente dos Correios, Guilherme Campos.

Nesta quarta (03), encontro entre os Correios e as representações sindicais no Tribunal Superior do Trabalho (TST) terminou sem acordo e as agência informaram que a paralisação, ainda que parcial, acarreta um potencial de perda de aproximadamente R$ 6,5 milhões por dia aos seus cofres.

Proposta de negociação apresentada pelos Correios no dia 1º foi levada para assembleias dos sindicatos dos trabalhadores filiados à Fentect, que orientou pela rejeição da proposta e continuidade da greve. A adesão à paralisação envolve carteiros, atendentes, administrativos, técnicos e trabalhadores de nível superior.

Os funcionários das agências franqueadas, que são terceirizados, não participam da greve. A empresa possui atualmente cerca de 6.500 agências próprias, além de mais de 1 mil franqueadas. Segundo a estatal, a paralisação concentra-se principalmente, na área operacional, sendo que 86,31% do efetivo total no Brasil está presente e trabalhando.

Reivindicações

Os representantes dos trabalhadores pedem a retirada da mediação do TST sobre os planos de saúde, revogação da suspensão das férias, debate sobre a situação econômica da empresa, revogação da entrega alternada e otimização de atividade interna, suspensão das ameaças de demissão motivada e privatização, suspensão do fechamento das 250 agências e a criação de comissão com a participação dos trabalhadores para tratar sobre o tema.

A estatal tenta implantar um novo formato para o plano de saúde dos funcionários, o Postal Saúde. A empresa alega que esse custeio é o responsável pela maior parte do déficit registrado nos últimos anos na estatal. Atualmente, arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários com 7%.

Quanto ao plano de saúde, os Correios propõem que os sindicatos apresentem uma contraproposta. Caso haja acordo, os Correios retirarão a solicitação de mediação que haviam feito junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Os Correios voltaram atrás em relação à decisão de suspender as férias dos trabalhadores. A estatal prevê a revogação da medida por 90 dias e disse que pagará até R$ 3,5 mil para os empregados que forem tirar férias em maio, junho e julho. O restante dos valores será parcelado. Os sindicatos querem que as férias sejam mantidas. A estatal também disse que vai descontar as faltas dos funcionários na última sexta-feira (28) e exigirá compensação dos que faltaram nos últimos dias.

Os Correios informaram que se dispuseram a suspender as novas implantações de medidas operacionais como a distribuição domiciliária alternada, entrega matutina e organização das atividades internas e que essas medidas serão negociadas em comissão a ser formada com essa finalidade. Os casos locais e os que apresentarem maior dificuldade serão prioridade na negociação.

Crise nos Correios

Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta. Nos últimos dois anos, a estatal apresentou prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.

Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa. Agora planejam também fechar cerca de 200 agências neste ano, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos. Segundo a estatal, o fechamento dessas agências acontecerá sobretudo nos grandes centros urbanos.

No dia 20 de abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados está na pauta e vem sendo estudada. Segundo ele, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.

Ontem (04), no entanto, foi anunciada a escolha da organizadora do próximo concurso dos Correios para as áreas de saúde, segurança e engenharia para os cargos de auxiliar de enfermagem do trabalho júnior, técnico de segurança do trabalho júnior, enfermeiro do trabalho júnior, engenheiro de segurança do trabalho júnior e médico do trabalho júnior. O número de vagas e salários não foram divulgados. O último concurso dos Correios foi realizado em 2011 para 9,1 mil vagas. (G1)


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