Pela primeira vez, vício em games é considerado distúrbio mental pela OMS

A psicóloga Pâmela Inomata abordou o tema levantando o debate: qual seria a fronteira entre a diversão e a dependência?

Cidade
Guaíra, 17 de janeiro de 2018 - 10h18

O vício em jogos de videogame passou a ser considerado, pela primeira vez, um distúrbio mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID) irá incluir a condição sob o nome de “distúrbio de games”.

O documento descreve o problema como padrão de comportamento frequente ou persistente de vício em games, tão grave que leva “a preferir os jogos a qualquer outro interesse na vida”.

Especialistas da OMS consideram o abuso em videogame uma “desordem relacionada a comportamentos viciantes” – que pode afetar um em cada 20 jogadores. De acordo com a psicóloga Pâmela Inomata (CRP 06/103502), o vício em games será associado à dependência, de forma similar à dos jogos de azar.

“Os primeiros estudos sobre a dependência em jogos eletrônicos começaram nos anos 1990, e atualmente; alguns países já identificam essa condição como um problema importante para a saúde pública”, afirma a profissional, que atende na Clínica São José, na Rua 16, nº 605 – Centro, esquina da Avenida 13, ou pelos telefones (17) 3331-2675, 99978-0895 e 98150-3995.

Segundo Pâmela, os sintomas dos distúrbios incluem: não ter controle de frequência, intensidade e duração com que joga videogame; priorizar jogar videogame a outras atividades; continuar ou aumentar ainda mais a frequência com que joga videogame, mesmo após ter tido consequências negativas desse hábito.

“Segundo o estudioso sobre o assunto Graham, ele vê cerca de 50 casos de vício em videogame surgindo por ano e seu critério é: o jogo está afetando atividades básicas, como comer, dormir, socializar ou ir à escola? Se a resposta for sim, então, pode ser um problema”, explica.

Além disso, para Inomata, o envolvimento excessivo nos jogos eletrônicos pode satisfazer a falta de atenção e dificuldade de socialização, funcionando como mecanismo de escape para lidar com outras desordens psicológicas. “E, apesar de as crianças no geral passarem cada vez mais tempo na frente das telas, isso não necessariamente representa vício”, aponta a psicóloga.


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