Vigilância realiza campanha para evitar a matança de macacos na região

Geral
Guaíra, 21 de março de 2017 - 07h49

O setor está divulgando nota para esclarecer como a febre amarela ocorre na natureza e no meio urbano para, de tal modo, evitar práticas equivocadas e criminosas

Matar animais é considerado crime ambiental e pode gerar pena de seis meses a um ano de detenção.

Matar animais é considerado crime ambiental e pode gerar pena de seis meses a um ano de detenção.

Com o surgimento de surtos de febre amarela em algumas regiões do sudeste, como São José do Rio Preto, Barretos e Ribeirão Preto,especialmente em municípios do Estado de Minas Gerais, houve um aumento de mortes de macacos por pessoas que desconhecem a verdadeira causa da doença.

Assim, a Vigilância em Saúde de Guaíra aderiu à campanha do Ministério da Saúde com o intuito de conscientizar a população sobre a matança desses animais. De acordo com o chefe do departamento, Maurício Alves, além de ser grave crime ambiental, a chacina prejudica a detecção dos surtos e combate à febre amarela.

“Estes bichos costumam ser os primeiros infectados. Com isso, alertam sobre a existência do vírus na área. Na verdade, eles funcionam como sentinelas para o monitoramento e controle da doença”, explica.

Maurício também lembrou que, na virada de 2016 para 2017, em Guaíra, foram encontrados dois macacos mortos no perímetro urbano. “Felizmente, exames laboratoriais descartaram a infecção pela arbovirose e, até o momento, não tivemos nenhuma confirmação dessa doença”, destaca.

O chefe de Vigilância, juntamente com a enfermeira do setor Epidemiológico, Ana Carolina Minoda, está divulgando uma nota para esclarecer como a febre amarela (FA) ocorre na natureza e no meio urbano para, de tal modo, evitar práticas equivocadas e criminosas.

“Atualmente, são conhecidos dois ciclos de transmissão do vírus da FA: um urbano, do tipo homem-mosquito-homem, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor; e outro silvestre, complexo, no qual diferentes espécies de mosquitos (e.g., Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como vetores e primatas não humanos (PNH) participam como hospedeiros, amplificando o vírus durante a fase virêmica”, esclarece Ana Carolina, lembrando que estes animais representam um alerta às autoridades quanto à incidência da FA.

“Eles servem como anjos da guarda, como sentinelas da ocorrência da febre amarela. É importante que a gente mantenha esses animais sadios e dentro do seu ambiente natural porque a detecção da morte de um macaco, que potencialmente está doente de febre amarela, pode nos dar tempo para adotar medidas de controle para evitar doença em seres humanos”, elucida.

“Esses animais estão sendo mortos por conta de medo da população humana em relação à transmissão do vírus. Se você mata os animais, vai haver um prejuízo, porque a vigilância não vai ser feita devido ao óbito daquele animal por uma pessoa”, completa.

DENÚNCIA

Caso a população encontre macacos mortos ou doentes, deve informar o mais rapidamente à Guarda Civil Municipal (pelo telefone 199), à Vigilância Municipal 3331-7799 ou 3332-5151 ou até mesmo ao 0800 941 1000 para o recolhimento do mesmo e que devidas providências sejam tomadas.

“Pedimos que não sacrifiquem esses animais, não enterrem, nem queimem, pois são eles que indicam a circulação do vírus na região, direcionando assim as ações de controle”, finaliza Minoda.

Uma vez identificados os eventos, o serviço de saúde coletará amostra para laboratório e avaliará se:além desse animal que foi encontrado existem outros; se as populações de primatas da região ainda são visíveis e estão integrados; se foi uma morte isolada; e se de fato é uma ocorrência que atingiu o maior número de primatas.

Além disso, é possível denunciar a matança ou maus tratos de macacos pela Linha Verde do Ibama (0800 61 8080). Na denúncia, podem ser encaminhados vídeos e fotos que auxiliem na identificação do crime e de quem o cometeu, por meio do e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.br.



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