Zika está chegando com mais força no Sudeste; pico deve ser em abril

Agora
Guaíra, 29 de março de 2016 - 09h46

O Ministério da Saúde liberou R$ 4,8 milhões para custear testes rápidos de gravidez no Sistema Único de Saúde (SUS)

O nascimento de crianças com microcefalia no Sudeste do Brasil já é uma grande preocupação de médicos e do governo com o aumento de casos suspeitos de infecção por vírus da zika na região. Somados, os quatro Estados registraram cerca de 6.500 casos suspeitos de zika até agora.

Em São Paulo, há ao menos 37 casos de crianças com microcefalia com características de associação ao vírus e 900 grávidas com suspeita de zika. No Rio de Janeiro, nove casos de má-formação no sistema nervoso de bebês foram confirmados; no Espírito Santo, há outros quatro casos confirmados; e em Minas Gerais, mais dois.

O pico de contágio em São Paulo e Rio de Janeiro, porém, ainda é esperado para abril e maio, épocas de elevação histórica da dengue, também transmitida pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes Aegypti. No Espírito Santo, espera-se o pico para este mês.

O aumento de casos no Sudeste preocupa pois a região concentra 42% da população brasileira, o que poderia multiplicar os casos de microcefalia no país. O Ministério da Saúde já alertou para a expansão da epidemia em outras regiões do país. “Estamos prevendo uma expansão [do surto de zika e dos casos de microcefalia] nas regiões Sudeste e Centro-Oeste”, explicou Claudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério.

Uma pesquisa da Fiocruz estima que o percentual de fetos com lesões neurológicas entre grávidas diagnosticadas com zika pode chegar a 29% — no entanto, o número ainda é controverso. Um estudo retrospectivo feito na Polinésia Francesa apontou que a proporção seria de 1 para 100.

Se o combate ao mosquito Aedes aegypti –ou novos remédios– não impedirem a epidemia de zika de se alastrar em áreas mais populosas do Brasil, Timerman estima que possam nascer de 50 mil a 70 mil crianças com lesões neurológicas ou microcefalia até 2020. O Ministério da Saúde, questionado sobre previsões, informou que não faz ou comenta projeções.

Até o momento, o país tem 907 casos de microcefalia confirmados e mais de 4.200 em investigação. A OMS calcula que o número de casos confirmados deve chegar a2.500 ainda este ano. Sabe-se, até o momento, que o vírus da zika circula em 22 Estados e no Distrito Federal.

TESTES RÁPIDOS DE GRAVIDEZ

O Ministério da Saúde liberou R$ 4,8 milhões para custear testes rápidos de gravidez no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo, segundo a pasta, é reforçar a atenção e o cuidado ao grupo, facilitando o diagnóstico precoce da gestação. A autorização dos repasses, que serão pagos em parcela única aos gestores locais, foi publicada no Diário Oficial da União.

“Em função dos casos de microcefalia associados ao vírus Zika, o Ministério da Saúde reforça, com os testes rápidos, a importância do diagnóstico precoce de gravidez e as ações de planejamento reprodutivo com o devido acompanhamento pré-natal, essencial para a qualidade de vida da mãe e da criança”, informou a pasta, por meio de nota.

Segundo o comunicado, o teste rápido de gravidez é indicado para mulheres adultas, jovens e adolescentes que apresentem atraso menstrual igual ou superior a sete dias. O exame será disponibilizado em todas as unidades básicas de saúde do país e pode ser feito dentro ou fora das instalações, conforme desejo da mulher.

De acordo com o ministério, com os resultados do teste, profissionais de saúde podem detectar precocemente a gravidez para início do pré-natal em tempo oportuno, identificar situações para uso de anticoncepção de emergência (caso tenha havido relação desprotegida num prazo de até cinco dias), orientar sobre o planejamento reprodutivo e acolher mulheres adultas, jovens, adolescentes e casais que estão em situação de gravidez indesejada.

“No pré-natal, são oferecidos todos os exames, vacinas e acompanhamentos necessários para uma boa gestação, além de ser o momento ideal para investigar sinais de infecção pelo vírus Zika e outras doenças, com os devidos registros na Caderneta da Gestante e no prontuário médico”, concluiu a pasta.


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